Duração dos contratos administrativos na Lei nº 14.133/21

Autores

  • Ricardo Marcondes Martins Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP (São Paulo, São Paulo, Brasil)

Palavras-chave:

Duração e prorrogação dos contratos administrativos, Despesas públicas, Contratos contínuos, Contratos de receita, Contratos de eficiência, Contratos por prazo certo, Contrato por escopo, Restos a pagar

Resumo

A Lei n2 14.133/ 21 - Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos - disciplina a duração dos contratos administrativos no Capítulo V do Titulo Ili, mais precisamente, nos artigos 105 a 114. Ao desvinculá-los da vigência dos respectivos créditos orçamentários, a disciplina legal incide em inúmeras inconstitucionalidades. Este estudo pretende não apenas efetuar a exegese das
referidas regras, mas explicitar as respectivas violações à ordem constitucional vigente. Se, por um lado, a lei atendeu aos reclamos dos administradores públicos, facilitando a contratação, por outro, desconsiderou as regras constitucionais referentes à realização da despesa pública. Corrigiu-se o desastroso equívoco de estudar a duração dos contratos administrativos sem atentar para as regras do Direito Financeiro. Corrigido esse erro, as regras extraídas dos referidos artigos 105 a 114 foram submetidas a cuidadosa interpretação conforme a Constituição. 

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Biografia do Autor

Ricardo Marcondes Martins, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP (São Paulo, São Paulo, Brasil)

Doutor em Direito Administrativo pela PUC-SP.

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Publicado

06/30/2022

Como Citar

MARTINS, R. M. Duração dos contratos administrativos na Lei nº 14.133/21. Revista Internacional de Direito Público | RIDP, Belo Horizonte: Fórum, v. 7, n. 12, p. 9–45, 2022. Disponível em: https://ridpdireito.com.br/index.php/ridp/article/view/989. Acesso em: 11 maio. 2025.

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